para Débora Pietraczk
Os despropósitos encaminham-nos.
Somamos distâncias na busca
do pólen, mel do amor,
desejo intrínseco ao coração
efêmero.
Mesmo entre insucessos lucanos,
vasto campo mal-me-queres,
de tantas pétalas pelo chão,
ainda assim há sinais de
resquícios da chama anil
- este reflexo de céu,
lágrimas de Rá.
Fruto do deus-sol,
abelha mestra,
feito princípio primevo
da existência:
ei-la transparência
solidificada
alma
fértil.
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Bula
A fila de almas fadigadas e reclamonas,
com senhas de números intermináveis,
dobra além de Órion.
São Pedro esqueceu-se dos portões do paraíso,
sentado aos pés de Quintana, deleitando-se
com seus versos fantasmais.
Deus tem toda eternidade, azar de quem
apressou-se em morrer.
Quando o tempo é de poesia, eis o melhor
a ser feito: manter-se de ouvido atento
&
vivo.
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Sum-ballo
Bastava-me o tênue onírico,
justa via-crúcis entre almas.
O perfume das coisas
imaginadas.
O júbilo desavergonhado.
As pernas trêmulas.
Alguma esperança
de encaixe.
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Lucas Luiz da Silva nasceu em Guararema no ano de 1991. Iniciou publicando crônicas no “Jornal D’Guararema” e depois poemas no site de variedades “Guararema Tem” e é redator do programa "Guararema Online" da Produz Áudio&Vídeo. Recentemente colaborou com as Revistas Literárias: Avessa, Inversos, LiteraLivre, Ser Esta, Bibliofilia Cotidiana, A Bacana, Philos, Ruído Manifesto, Subversa e Mallarmargens. Também participa da Antologia “Além do céu, além da terra” da Editora Chiado.
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