Sertânica
Metade era
soco
outra metade
sopro
e tudo era tanto
pro meu coração
tão pouco
O tempo é uma casa
desabitada e esquecida
no meio da estrada.
Quem passou por ela
e viu apenas uma
casa, na verdade não
viu nada.
aquele poeta
e sua postura
quase mística
escreve
enchendo
linguística
aqueles seios bélicos
apontando seus bicos
...
pequenas torres
do desejo derretendo
em minha
boca
metade de mim
é um beco sem saída
caminho sem volta
traçado sem tropeço
lonjuras disfarçadas
desde o começo
O homem nos tribunais de cada
dia. A mulher também. Porém,
em inumerável menor número.
Ele na gravata. Ela no salto.
(a vida, na aparência, é o lugar
onde tudo sorri)
A equivalência do salto com a
gravata. A abotoadura digital.
O perfume franco-chinês. Os
babados. Os clichês.
Os que buscam nos códigos
da justiça as leis do sangue
derramado...
Os donos da fome.
Os industriais da infâmia.
Os calhordas da nova ordem.
Os executores do estático
no mundo em movimento.
Os que mudam de lado conforme
a logística da conveniência. Os que
expelem pelas narinas uma agonia
vestida de tristeza.
E os que viram a mesa.
Os que seguram o sopro guardam
nuvens no bolso. Os que sustentam
as próprias tempestades.
Os que fazem da vida um trajeto
vertical e não se dão ao luxo de
parar diante de um infinito
ponto final
Metade era
soco
outra metade
sopro
e tudo era tanto
pro meu coração
tão pouco
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Tapera
O tempo é uma casa
desabitada e esquecida
no meio da estrada.
Quem passou por ela
e viu apenas uma
casa, na verdade não
viu nada.
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Cânoneaquele poeta
e sua postura
quase mística
escreve
enchendo
linguística
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Letalaqueles seios bélicos
apontando seus bicos
...
pequenas torres
do desejo derretendo
em minha
boca
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Esgrimametade de mim
é um beco sem saída
caminho sem volta
traçado sem tropeço
lonjuras disfarçadas
desde o começo
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Gravataria tropicalO homem nos tribunais de cada
dia. A mulher também. Porém,
em inumerável menor número.
Ele na gravata. Ela no salto.
(a vida, na aparência, é o lugar
onde tudo sorri)
A equivalência do salto com a
gravata. A abotoadura digital.
O perfume franco-chinês. Os
babados. Os clichês.
Os que buscam nos códigos
da justiça as leis do sangue
derramado...
Os donos da fome.
Os industriais da infâmia.
Os calhordas da nova ordem.
Os executores do estático
no mundo em movimento.
Os que mudam de lado conforme
a logística da conveniência. Os que
expelem pelas narinas uma agonia
vestida de tristeza.
E os que viram a mesa.
Os que seguram o sopro guardam
nuvens no bolso. Os que sustentam
as próprias tempestades.
Os que fazem da vida um trajeto
vertical e não se dão ao luxo de
parar diante de um infinito
ponto final
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Lau Siqueira nasceu em Jaguarão-RS e mora na Paraíba. Publicou oito livros de poemas, participou de algumas antologias. Os poemas acima foram colhidos no livro “A memória é uma espécie de cravo ferrando a estranheza das coisas”, publicado pela Editora Casa Verde, casaverde@casaverde.art.br
Excelentes poemas!
ResponderExcluirGostei muito! Não o conhecia.
ResponderExcluirSe houver interesse, é possível adquirir os livros do Lau Siqueira pelo e-mail casaverde@casaverde.at.br
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